Uma das reportagens interessantes que vieram nesta edição da revista Você RH de fevereiro/março, está a questão da juniorização da mão de obra, ou seja, mais e mais jovens vem ocupando cargos de liderança em empresas. E isso é bom, segundo a matéria? Sim e não. Vou citar alguns trechos da matéria de capa que rendeu seis longas páginas:
"Segundo um estudo realizado por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professores de duas universidades cariocas, a proporção é a seguinte: de cada dez pessoas com mais de 25 anos, quatro são contratadas no decorrer do ano. De cada 10 jovens entre 15 a 24 anos, as empresas contratam nove.
Sem perceber, ao selecionar mais e mais jovens para todas as posições, o empresário está comprando imaturidade e, consequentemente, perdendo eficiência."
Olha que interessante, continuando:
"Os mais novos não conseguem dar fluxo às discussões de idea, perdem energia e, por raiva ou inveja, acabam com a entropia, a capacidade de transformar energia em trabalho".
A grande questão de tudo isso no mercado hoje é a escassez de funcionários e a relação de curto prazo da necessidade e custo. Mais e mais nós os jovens estamos assumindo cargos e posições importantes, cheios de teoria e informações, ou como menciona a matéria, parafraseando, profissionais júniores com horas de voo em simuladores. Nunca tivemos tanto acesso a informação rápida e de qualidade como nos dias de hoje, e nunca, até hoje, se viu a imaturidade tão presente nas universidades e, consequentemente, nas empresas.
A matéria chega a citar que os jovens de 20 anos de hoje tem um comportamento mais infantil do que os jovens da década de 80. Como medida, as empresas estão mantendo ou contratando profissionais seniores para equilibrar a balança comportamental da empresa. Estão formando jovens "Líder Coach" para saber se portar, agir, orientar, dar feedback e outras coisas.
Eu chamo isso de geração emancipada microondas. O disparate é paradoxal! Muito conhecimento, porém pouquíssima experiencia para conduzir a si e aos outros. Estou aqui desqualificando os jovens (como eu, aos 34 anos), para cargos de liderança? De maneira nenhuma! Contudo, estou desqualificando o líder que não consegue desenvolver a empatia. A educação que coloca os jovens de igual para igual em seus lares com os pais, e que ao chegar no mundo corporativo, passam por cima do chefe imediato, desrespeitando a hierarquia, para apresentação de projetos e outros. Desqualifico aqui o dar informações ao jovens teorizando mais e mais seu comportamento profissional, do que formando um profissional cuja a eficácia seja medida pela eficiência do que ele é, tem e pode executar. Não tenho nenhum problema em ver um jovem como líder, mas fico numa bifurcação de analises, quando nos deparamos com jovens que nunca lideraram nada além de seus playstations, Xbox's, sendo colocados pela necessidade, na ausência, às vezes absoluta, da estratégia traçada e monitorada pelo RH, para liderar humanos com perspectivas, culturas e pontos de vistas, talvez, diferentes. O que ocorre na maioria das vezes.
O que quero dizer, é que a formação de um líder, não deveria começar necessariamente nas mãos do RH, ele deveria lapidar esses talentos, mas sim, começar em seu lar, passando pelos exemplos práticos na escola, culminando então, no crescimento de sua liderança junto ao mundo corporativo.
Se toda a matéria for estatisticamente correta, com indícios para um futuro, imagino, pela matemática da história, que, talvez, o RH de 2030 terá que estar se preocupando com a imaturidade dos jovens da minha idade.
Referência:
Coelho, William P.. Jovens na Liderança. Você RH: Juniorização da mão de obra. São Paulo, edição 30. Fevereiro/Março de 2014. Páginas 20 a 27.
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